sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Nada é por acaso?

“Saber para prever a fim de prover.”
(Augusto Comte)

Tornou-se modismo dizer: “nada acontece por acaso.” Para todos os males esta frase é receitada. Se o cachorro morreu, se o copo caiu ou se o casamento acabou, lá está ela explicando. Afinal, se nada acontece por acaso, então há destino? Os fatos tinham que acontecer assim? Os conceitos andam misturados e tem se falado demais o que cabe no de menos. Então vamos explicar melhor. Sim, não existe acaso. Mas a afirmação “nada acontece por acaso” tem sido usado com um significado distorcido, pois implicitamente está se dizendo que Deus quis e interveio para que aquilo acontecesse, independentemente de nossa ação ou omissão. É um erro. Será que Deus interfere sempre nos rumos de nossa vida? Será que existe destino? Será que cada fato de sua vida já está determinado? Será que uma pessoa já nasce condenada a ser de um jeito? Cadê nosso livre-arbítrio? Cadê a responsabilidade por nossos atos e o valor do esforço, da dedicação, da preparação? Vamos explicar alguns aspectos.

Existem várias teorias que tentam explicar o assunto. Vamos conversar sobre as cinco principais. A casualidade; o livre-arbítrio absoluto; o fatalismo; o predestinacionismo e o determinismo.

Os que defendem a casualidade, acreditam no poder do acaso, das coincidências, da força cega. Por isso, não acreditam em Deus e na lógica da vida e do universo.

Os defensores do livre-arbítrio absoluto acreditam que podem tudo, que o homem é a medida de todas as coisas e o senhor autônomo de seu destino, independentemente de circunstâncias, contexto e condicionamentos. Nada deve cercear sua liberdade.

O fatalismo defende que tudo está predeterminado, ou seja, acreditam no destino. Alguns já nascem para brilhar e outros para perder, sendo, de tabela, irrelevante o esforço para mudar o destino. Dentro da corrente fatalista, uma mais moderna chama atenção: são os fatalistas genéticos. Segundo eles, são os genes - nossa herança hereditária -, que definem quem somos, inclusive em relação a nossa personalidade e caráter. Segundo essa corrente filosófica, de muito pouco adianta tentar educar uma pessoa que tem herança genética para ser ignorante ou tentar reintegrar um criminoso que tem em sua herança genética a tendência delinqüente.

Os predestinacionistas acreditam não apenas que uns são beneficiados com a sorte e outros com o azar. Separam a criação divina entre escolhidos e os anjos caídos. Os primeiros podem ser salvos, os segundo já nascem condenados ao inferno.

Por fim, a mais sensata de todas e a abraçada pela doutrina espírita, é a teoria determinista, que – ao contrário do que se pensa – não prega o destino, mas a programação espiritual, que é resultado da lei de causa e efeito. O destino, no seu conceito clássico, atinge todos os fatos da vida. Tudo que acontece na vida estaria fixado inexoravelmente. A programação espiritual, diferentemente, restringe-se a alguns fatos. Os demais fatos são consequências de nossas ações e omissões. Além disso, a teoria determinista concilia-se com perspectivas psicológicas, filosóficas e históricas, pois não nega a influência do meio, do momento social, cultural, histórico e dos demais condicionamentos humanos.

Por isso defende que o livre-arbítrio existe, mas não é absoluto, já que a atitude do homem pode sim ser decisiva quanto aos rumos de sua vida, mas não desconsidera os demais fatores que o influenciam no uso do livre-arbítrio. Os espíritos superiores ensinam (Questão 845, do Livro dos Espíritos) que “não há, porém, arrastamento irresistível, uma vez que se tenha a vontade de resistir. Lembrai-vos de que querer é poder.” Portanto, se um copo cai no chão não é errado você dizer: “nada acontece por acaso”, desde que você não esteja querendo insinuar que Deus deu um empurrãozinho na sua mão e foi o responsável pela queda do copo. Ele caiu porque você não o segurou como devia ou porque bateu sem querer nele ou por quaisquer outros motivos.

Como se vê não foi por acaso, a queda foi o efeito de uma causa, mas não foi Deus, foi você que o derrubou. Esse exemplo simples, serve para muitas outras tantas situações. O item 4, do capítulo V, do Evangelho Segundo o Espiritismo desmistifica o assunto: “De duas espécies são as vicissitudes da vida, ou se preferirem, promanam de duas fontes bem diferentes, que importa distinguir. Umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida. Remontando-se à origem dos males, reconhecer-se-á que muitos são consequência natural do caráter e do proceder dos que os suportam. Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição! Quantos se arruinaram por falta de ordem, de perseverança, pelo mau proceder, ou por não terem sabido limitar seus desejos! Quantas uniões desgraçadas, porque resultaram de um cálculo de interesse ou de vaidade e nas quais o coração não tomou parte alguma! Quantas dissensões e funestas disputas se teriam evitado com um pouco de moderação e menos suscetibilidades! Quantas doenças e enfermidades decorrem da intemperança e dos excesso de todo gênero! (...) O homem, pois, em grande número de casos, é o causador de seus próprios infortúnios; mas, em vez de reconhecê-los, acha mais simples, menos humilhante para sua vaidade acusar a sorte, a Providência, a má fortuna, a má estrela, ao passo que a má estrela é apenas a sua incúria.”

De tudo quanto foi dito, fica claro que o acaso realmente não existe, mas os acontecimentos de nossa vida são, em sua maioria, resultados diretos de nosso comportamento e da combinação de vários fatores. Deus age sim em nossas vidas e muito, mas não viola nosso livre-arbítrio e também não castiga, apenas permite que recebamos a colheita de acordo com o que plantamos.

Fonte: www.visaoespirita.blogspot.com
Adaptações: "Espiritismo, Luz da Verdade"


sábado, 17 de janeiro de 2009

Esquecimento do passado

1 – Se reencarnamos para ressarcir dívidas, não seria interessante guardar a lembrança delas? Não haveria maior facilidade em aceitar sofrimentos e dissabores que ensejam o resgate?

O objetivo primordial da existência humana é a evolução. O resgate de dívidas é apenas parte do processo. Quanto ao esquecimento, funciona em nosso benefício. Seria impossível incorporar, sem perturbador embaralhamento, o rico, o pobre, o negro, o índio, o branco, o amarelo, o analfabeto, o letrado e tudo mais que já fomos, em múltiplas encarnações. É ilustrativo que muita gente vai parar em hospitais psiquiátricos simplesmente por sofrer a pressão de pálidas lembranças, envolvendo acontecimentos pretéritos.

2 – Se não lembramos o que fomos e fizemos, de que nos adianta?

Guardamos a experiência. O adulto não se lembra de seus primeiros passos, na infância, mas conserva a adquirida capacidade de andar.

3 – Há alguma causa física para o esquecimento?

Sim. O Espírito reencarnado registra clara e conscientemente apenas o que passa pelos cinco sentidos – tato, paladar, olfato, audição e visão. Essa é uma das razões pelas quais também não lembramos das experiências no mundo espiritual durante as horas de sono.

4 – As vivências anteriores ficam perdidas?

Nada se perde. Ficam resguardadas nos arquivos do inconsciente, que se localiza na intimidade do Espírito, o ser imortal. É esse substrato das experiências pretéritas que compõe a personalidade do indivíduo, com suas características, tendências e aptidões. Em determinadas circunstâncias, naturalmente ou sob indução hipnótica, esses arquivos se abrem e surgem as reminiscências.

5 – Fala-se que o principal objetivo do esquecimento é possibilitar a reconciliação de desafetos do passado, reunidos pelos laços da consangüinidade no lar. Seria isso?

Pode acontecer, mas seria exagero generalizar. É mais freqüente nos ligarmos a Espíritos simpáticos, a fim de consolidarmos afeições e nos ajudarmos mutuamente nos caminhos da vida.

6 – Por que, então, há tantos conflitos e desentendimentos nos lares? Não seria lógico imaginar que estamos diante de adversários em confronto?

O objetivo das experiências junto a desafetos do pretérito, quando ocorram, não é a dissensão, mas a pacificação. Deus não nos une pela consangüinidade para vivermos às turras. Desentendimentos no lar relacionam-se muito mais com a falta de compreensão, respeito e tolerância que caracteriza o ser humano, orientado pelo egoísmo. Falando o português claro: o problema é a falta de educação.

7 – Na análise de todas as circunstâncias que envolvem a reencarnação, conclui-se que é bom esquecer o pretérito…

É indispensável! No planeta em que vivemos, habitado por Espíritos atrasados, comprometidos com o vício e a irresponsabilidade, é importante desfrutar a bênção do recomeço, suprimindo, temporariamente, o passado. Imaginemos um condenado de consciência atormentada, desfrutando a misericordiosa possibilidade de cumprir sua pena sem a perturbadora lembrança de seus desatinos…

8 – Chegará o tempo em que recordaremos plenamente das vidas anteriores?

Sim, na medida em que se torne mais sofisticado o cérebro, habilitando-nos a recuperar informações confinadas no inconsciente; em que se depure o sentimento, para que contemplemos o passado sem constrangimento; em que sejamos capazes de evitar desajustes decorrentes de um embaralhamento de lembranças… Levará milênios, talvez, mas chegaremos lá.

Richard Simonetti

Fonte: www.feal.com.br


Convite de Jesus

Ele é um jovem alto e de porte elegante. Adentra Roma, a Cidade Eterna, com esperança no coração. Vem em busca de trabalho.

Naquele início do século quarto, o jovem artista deseja um lugar para se apresentar e garantir o sustento próprio. No paredão do aqueduto vê um cartaz: “O circo necessita de músicos, malabaristas, atores para representações.”

O coração do jovem bate forte. Ali está a sua grande oportunidade. O circo necessita de artistas. Ele é um artista.

Mas, Domiciano não sabe como chegar ao circo. A noite já começa a desdobrar seu manto negro sobre a Terra, enquanto ele principia a procurar o circo.

Há muita gente nas ruas. Todos parecem seguir para uma mesma direção. São mulheres e crianças, velhos e jovens como ele.

Ao contemplar-lhes os rostos, Domiciano percebe que todos estão felizes. “Ora”, pensa, “são outros candidatos ao circo.” E segue-os.

Rumam para fora da cidade e na medida que ganham as cercanias, o número de pessoas cresce. Domiciano pensa na concorrência. Seria bom que não fossem tantos.

Contudo, os caminheiros não chegam ao circo, mas ao portão de uma quinta às escuras, quase oculta por entre espesso arvoredo.

Um homem a todos recebe e a cada recém-chegado diz:

“Seja bem-vindo!”

Domiciano está intrigado. Apesar do grande número de pessoas, ainda confia que apresentará sua performance e conseguirá o emprego.

À luz de tochas de resina, um homem alto, de grisalhas barbas, adentra o local. Todos começam a cantar baixinho.

“Pois então”, pensa Domiciano, “não é que estão ensaiados.” Todos sabem o hino que ele tenta acompanhar.

As palavras lhe entram no coração.

São palavras mansas, a música é suave.

Fala de um Reino além deste Mundo. Ele se sente transportado a uma esfera diferente. Emociona-se. Sente os olhos úmidos.

Distribui-se um pedaço de pão, do qual ele mesmo se serve, com emoção. Depois, o homem grisalho relembra palavras e feitos de um outro Homem, chamado Jesus.

Fala do princípio da caridade, do amor entre as criaturas, do abandono aos bens da Terra, do trabalho e canseiras da Terra, das alegrias do Céu.

O jovem ouve e ouve. Não, aquilo não é o circo. Ele se enganou. Porém, seu coração lhe diz que aquele é um grande dia.

Ao terminar a reunião, ele se aproxima do orador da noite e lhe fala:

“Cheguei aqui por acaso, mas quero ficar.”

O outro o abraça e lhe diz:

“Nós te aceitamos. Mas não creio que chegaste por acaso. Alguém te trouxe.”

“Quem?” Pergunta Domiciano.

E o próprio coração responde: “Jesus.”

Jesus todos os dias renova o Seu convite às criaturas para que se acheguem à Sua mensagem e ao Seu coração.

Para cada um, um convite especial.

Você já recebeu o seu e o entendeu?

Jesus é o mesmo ontem, hoje, sempre. Amor não amado prossegue amando. Seus braços abertos na cruz do martírio continuam abertos para abraçar a Humanidade inteira. Seus irmãos.

Texto da Redação do Momento Espírita com base na pág. 194 – Domiciano, do livro A esquina de pedra, de Wallace Leal Rodrigues, ed. O Clarim.

Fonte: www.momento.com.br


A Revelação Espírita

A Revelação Espírita foi o grande acontecimento do século XIX. Em sua pujante manifestação, ela explica, esclarece, anuncia de maneira inteligente e racional todas as revelações passadas e prevê as revelações do futuro. Foi, pai tanto, com justa razão que o grande pensador brasileiro, Dr. Pinheiro Guedes, disse: "O Espiritismo abrange o ciclo das evoluções do Espírito "ab initio ad eternum", do início ao infinito".

O Espiritismo parece muito novo, porque a sua codificação, admiravelmente concebida por Allan Kardec, tem unicamente + - 150 anos; entretanto, em sua essência íntima é tão velho quanto o mundo. Tem sido a alma de todas as crenças, o espírito de todas as religiões que têm embalado a Humanidaade.

Desde tempos imemoriais, desde épocas remotíssimas da História, a comunicação com os Espíritos tem sido praticada por homens e mulheres, grande parte dos quais fazia dessa comunicação sua especialidade.

Todos os livros sagrados referem referem-se a aparições e comunicações, quer com Espíritos Superiores, chamado pelos sacerdotes santos, anjos ou arcanjos, quer com "pecadores" que, do outro lado do túmulo, através do mediunismo, vinham manifestar-se aos seus conhecidos, amigos e parentes que aqui ficaram.

Os Vedas, código religioso aparecido muito antes de Jesus Cristo, afirma a existência dos Espíritos dos antepassados, que, em estado visivel, acompanhavam certos brâmanes, e acrescenta que "os anacoretas e cenobitas tinham a faculdade de conversar com os mortos". O povo da China, cuja cronologia marca mais de 30.000 anos, nunca deixou de evocar os Espíritos. O missionário Huc fez referência a um grande número de experiências, que tinham por fim a comunicação dos vivos com os mortos.

No Egito, os poderes sacerdotais facultavam-lhes as relações com o Mundo Espiritual, embora naquele tempo as práticas tivessem caracteres misteriosos e sobrenaturais.

As evocações dos mortos eram de tal modo generalizadas na Grécia que, pode-se afirmar, constituíam crença de todo o povo. Todos os templos possuíam mulheres, às quais davam o qualificativo de pitonisas, (médiuns) encarregadas dos "oráculos" e de fazerem aparecer Espíritos.

A celebridade do Templo de Delfos, onde os Espíritos, pelos lábios das pitias proclamavam o "Deus grego", iluminando os mistérios da vida, as existências passadas e futuras, as relações da alma com o corpo, são verdades que aparecem hoje à luz do Espiritismo. Daí a inscrição que se dá no frontão desse Templo: "Conhece-te a ti mesmo".

Em Roma, na Itália, como na Grécia, as sibilas evocavam os mortos e interrogaram, sem cessar, os Espíritos, e nenhuma empresa importante em decidida sem que se consultassem as sacerdotisas. Os antigos médiuns assim se chamavam: pitías, pitonisas, sibilas, sacerdotisas e quase todos apareciam ou se destacavam entre as mulheres. Viviam isolados nos templos, alguns bebiam água da Fonte de Castália, que diziam dar inspiração, ou mascavam folha de louro, que "provocava, pelo seu aroma, a concentração" .

Além do Santuário de Delfos, destacavam-se o de Júpiter Amon, na Líbia; o de Marte, na Trácia; o de Vulcano, em Heliópolis; o de Esculápio; o de Ísis, e muitos outros.

A Bíblia salienta os poderes extraordinários dos sacerdotes faraônicos, e através dessas páginas, se desenrolam as cenas espantosas que ocorreram por ocasião da libertação dos Israelitas, fenômenos hoje catalogados e explicados racionalmente pelo Espiritismo.

Ainda no Velho Testamento, grande repositório de documentos históricos, lemos a narração de fenômenos transcendentes, de previsões, sonhos, revelações, profecias, aparições e comunicações dos Espíritos, tal como se produzem nos nossos dias.

Além do resplendor do Sinai, fato estupendo que só pode ser resolvido pela teoria Espírita; além das manifestações que se verificaram na vida de José, filho de Jacó, a quem os Espíritos se mostravam no seu "corpo mágico", todos os profetas maiores e menores - Samuel, Jeremias, Malaquias, Jó, lsaías, Ezequiel, Daniel, mantinham estreitas relações com os Espíritos de várias categorias. Esdras, sob o ditado de um Espírito, reconstitui a Bíblia que se havia perdido; Sansão, poderoso médium de efeitos físicos, abala as colunas do edifício onde se efetuava um festim e deita por terra os convivas entregues às mais detestáveis bacanais.

Era tão comum entre os Israelitas as comunicações com os mortos, que até os reis não levavam seus exércitos a combater sem consultarem, primeiramente, os profetas.

Achab, rei de Israel, e Josafá, rei da Judéia, nenhuma decisão tomaram durante o seu reinado sem a prévia consulta aos Espíritos.

Saul evoca o Espírito de Samuel antes de entrar em luta contra os Filisteus, e como este não lhe respondesse "nem por sonhos", nem por outra mediunidade, vai a Endor pedir à pitonisa a manifestação daquele Espírito.

Joel, arrebatado pela visão da nova aurora que começa a iluminar a Humanidade, proclama a difusão do Espírito sobre toda a carne, sem excetuar mancebos e velhos, filhos e filhas, servos e servas.

No Novo Testamento, as manifestações psíquicas começaram com o anúncio do nascimento de Jesus Cristo, pelo aparecimento do Anjo Gabriel e continuaram sucessivamente desde o presépio de Belém até às contínuas aparições do Nazareno, post-mortem. Todas as páginas dos Evangelhos realçam os admiráveis fenômenos de curas, levitações, transportes, materializações e desmaterializações, aparições que denotam muito bem o plano espírita traçado pelo Mestre durante a sua passagem pelo mundo. A transfiguração no Tabor, com as aparições de Moisés e Elias, é um fato digno de nota e estudo.

Os "Atos dos Apóstolos" e as "Epístolas" são livros de grande interesse pelos fenômenos psíquicos neles registrados.

Os grandes escritores sagrados em todas as suas obras relatam fatos de natureza espírita, que vêm em apoio à teoria que propagamos. Santa Tereza era portentosa médium que vivia em contínuas relações com os Espíritos. Após a sua desencarnação, ela desenvolveu cinco médiuns no Convento, com quem se comunicava. Santo Agostinho, o Padre Manuel Bernardes e outros, salientam fatos dignos de atenção, pela insuspeição e seriedade de suas narrações e seria estultícia negar esses fenômenos só pelo fato de não serem compreendidos.

A missão do Espiritismo é, justamente, reunir, enumerar, catalogar esses fatos dispersos em todo o mundo como provas demonstrativas da Imortalidade. Ainda mais: enquadrando esses fenômenos em leis eternas, explicando-os de acordo com a razão, o Espiritismo os classifica como manifestações da Vontade de Deus, sob cujos influxos o homem compreenderá a sua situação na Terra e o futuro que lhe está reservado.

A Teoria Espírita satisfaz a todas as exigências da Ciência e da Religião. A Grande Revelação é a evolução lógica da idéia monoteísta proclamada no Sinai como a primeira etapa de um sistema teogônico que se desdobrou através do Cristianismo e aparece integralizado no Espiritismo.

A Religião e a Ciência não podem cristalizar princípios; tanto uma como outra tem-se desdobrado, evoluído através dos tempos.

No plano fisico, a matéria radiante de Willliam Crookes, o radium de Curie, a telegrafia de Branly e de Marconi lançaram novos fundamentos no campo da Ciência Positiva.

O Espiritismo, hoje cientificamente demonstrado e sistematizado, desvenda a história do maravilhoso humano e faz reviver seu passado enraizado nas religiões iniciáticas, cujos fundadores nos dão o valor do seu testemunho para a constatação da verdade que proclamamos.

Cairbar Schutel

Fonte: www.comunidadeespirita.com.br


sábado, 10 de janeiro de 2009

Revista Reformador

Neste site você encontra arquivos para downloads de edições antigas da Revista REFORMADOR, lembrando que este link é da própria FEB, evitando assim a pirataria.

Fiquem com Deus!

Evangelho no Lar

"Onde quer que se encontrem duas ou três pessoas reunidas em meu nome, eu com elas estarei". Jesus (Mateus, 18:20)


O que é o Culto do Evangelho no Lar

Trata-se do estudo do Evangelho de Jesus em reunião familiar. O Culto do Evangelho no Lar, realizado no ambiente doméstico, é precioso empreendimento que traz diversos benefícios às pessoas que o praticam.

Permite ampla compreensão dos ensinamentos de Jesus e a prática destes, nos ambientes em que vivemos. Ampliando-se o conhecimento sobre o Evangelho, pode-se oferecê-lo com mais segurança a outras criaturas, colaborando-se para a implantação do Reino de Deus na Terra.

As pessoas, unidas por laços consangüíneos, compreenderão a necessidade da vivência harmoniosa e, dentro de suas possibilidades, buscarão, pouco a pouco, superar possíveis barreiras, desentendimentos e desajustes, que possam existir entre pais e filhos, cônjuges e irmãos.

Através do estudo da reencarnação, compreenderão que, aqueles com quem dividem o teto, são espíritos irmãos, cujas tarefas individuais, muitas vezes, dependerão da convivência sadia no ambiente em que vieram a renascer.

Aqueles que, desde cedo, têm suas vidas orientadas pela conduta Cristã, evitam, com mais facilidade, que os embriões dos defeitos que estão latentes em seus espíritos apareçam, sanando, desta forma, o mal antes que ele cresça.

Se, porventura, tendências negativas aflorarem, apesar da orientação desde a infância, encontrarão seguros elementos morais para superá-las, porque os ensinamentos de Jesus tornam-se fortes alicerces para a sua superação.

Com o estudo do Evangelho de Jesus aprende-se a compreender e a conviver na família humana.

Assim, conscientes de que são espíritos devedores perante as Leis Universais, procuram conduzir-se dentro de atitudes exemplares, amando e perdoando, suportando e compreendendo os revezes da vida.

Quando o Culto do Evangelho no Lar é praticado fielmente à data e ao horário semanal estabelecidos, atrai-se para o convívio doméstico Espíritos Superiores, que orientam e amparam, estimulam e protegem a todos.

A presença de Espíritos iluminados no Lar afasta aqueles de índole inferior, que desejam a desunião e a discórdia. O ambiente torna-se posto avançado da Luz, onde almas dedicadas ao Bem estarão sempre presentes, quer encarnadas, quer desencarnadas.

As pessoas habituadas à oração, ao estudo e à vivência cristã, tornam-se mais sensíveis e passíveis às inspirações dos Espíritos Mentores.



Procedimentos

Escolhe-se um dia da semana e hora em que seja possível a presença de todos os familiares ou da maior parte deles, observando-se com rigor a sua constância e pontualidade, para facilitar a assistência espiritual.

A direção do Culto do Evangelho no Lar caberá a um dos cônjuges ou a pessoa que disponha de maiores conhecimentos doutrinários. Cabe lembrar, no entanto, que por se tratar de um estudo em grupo não é necessária a presença de pessoas com cultura doutrinária. Na pureza dos ideais e na sinceridade das intenções, todos aprenderão juntos, auxiliando-se mutuamente.

É importante que os temas sejam discutidos com a participação de todos, na medida do possível, sem imposições, para evitar-se constrangimentos.

Deve-se buscar um ambiente amistoso, de respeito, pois, viver e falar com Jesus é uma felicidade que não se deve desprezar.

Antes do início da reunião, prepara-se o local, colocando-se em cima da mesa água pura, em uma garrafa, para ser beneficiada pelos Benfeitores Espirituais, em nome de Jesus.



1. Leitura de uma mensagem

A leitura inicial de uma mensagem poderá, após, ser comentada ou não. Ela tem por objetivo propiciar um equilíbrio emocional, procurando harmonizá-lo com os ideais nobres da vida, a fim de facilitar melhor aproveitamento das lições.

Poderemos lembrar obras com "Pão Nosso", "Fonte Viva", "Vinha de Luz", "Caminho, Verdade e Vida", "Palavras de Vida Eterna", "Ementário Espírita", "Glossário Espírita Cristão".



2. Prece Inicial

"Dando curso ao salutar programa iniciado por Jesus, o de reunir-se com os discípulos para os elevados cometimentos da comunhão com Deus, mediante o exercício da conversação edificante e da prece renovadora, os espiritistas devem reunir-se com regularidade e freqüência para reviver, na prece e na ação nobilitante, o culto da fraternidade, em que se sustentem quando as forças físicas e morais estejam em deperecimento, para louvar e render graças ao Senhor por todas as suas concessões, para suplicar mercês e socorros para si mesmos quanto para o próximo, esteja este no círculo da afetividade doméstica e da consanguinidade, se encontre nas provações redentoras ou se alongue pelas trilhas da imensa família universal."

Após a leitura da mensagem, inicia-se o Culto do Evangelho no Lar, com uma prece. A oração deve ser proferida por um dos participantes, em tom de voz audível a todos os presentes e de forma simples e espontânea, não devendo ser, portanto, decorada. Os demais, acompanham-no, seguindo a rogativa, frase por frase, repetindo, mentalmente, em silêncio, cada expressão, a fim de imprimir o máximo ritmo e harmonia ao verbo, ao som e a idéia, numa só vibração.

Na prece pode pedir-se o amparo de Deus para o lar onde o Evangelho está sendo estudado, para os presentes, seus parentes e amigos; para os enfermos, do corpo e da alma; para a paz na Terra; para os trabalhadores do Bem e etc.

A prece, além de ligar o ser humano à espiritualidade, traduz respeito pelo momento de estudo a realizar-se.



3. Estudo do Evangelho de Jesus

O estudo do Evangelho do Cristo, à luz da Doutrina Espírita - "O Evangelho segundo o Espiritismo", de Allan Kardec - poderá ser estudado de duas formas:

a) estudo em seqüência - o estudo metódico, em pequenas partes, permite o conhecimento gradual e ordenado dos ensinamentos que o livro encerra. Após o seu término, volta-se, novamente, ao capítulo inicial;

b) estudo ao acaso - consiste na abertura, ao acaso, de "O Evangelho segundo o Espiritismo", o que ensejará, também, lições oportunas, em qualquer ocasião.

Os comentários devem envolver o trecho lido, buscando-se alcançar a essência dos ensinamentos de Jesus, realçando-se a necessidade da sua aplicação na vida diária.

Pode reservar-se, posteriormente, um momento de palavra livre, onde os participantes da reunião exponham situações da vida prática, para o melhor entendimento e fixação das lições.



4. Prece de agradecimento

Um dos presentes fará uma prece, agradecendo as bênçãos recebidas no Culto do Evangelho no Lar, pela paz, pelas lições recebidas etc.



Observações

A duração do Culto do Evangelho no Lar deve ser de até 1 (uma) hora, mais ou menos.

No Culto do Evangelho no Lar deve ser evitada manifestações mediúnicas. A sua finalidade básica é o estudo do Evangelho de Jesus, para o aprendizado Cristão, a fim de que seus participantes melhor se conduzam na jornada terrena. Os casos de mediunidade indisciplinada devem ser encaminhados a uma sociedade espírita idônea.

Deve-se evitar comparações ou comentários que desmereçam pessoas ou religiões. No Evangelho busca-se a aquisição de valores maiores, tais como a benevolência e a caridade, a compreensão e a humildade, não cabendo, dessa forma, qualquer conversação menos edificante.

A realização do Culto do Evangelho no Lar não deve ser suspensa em virtude de visitas inesperadas. Deverá ser esclarecido o assunto com delicadeza e franqueza, convidando-se o visitante a participar do Culto, caso lhe aprouver.

O Culto do Evangelho no Lar não deve ser prejudicado, também, em virtude de solicitações sem urgência, recados inoportunos, passeios, festividades de qualquer ordem. Soluções razoáveis, de imediato, ou iniciativas, após a reunião, deve ser o caminho para superar os pretensos impedimentos.

Somente no caso de situações incontornáveis, em que todos não possam estar presentes, é que se justifica a não realização do Culto do Evangelho no Lar.

Evite-se ligar rádio ou televisão no dia do Culto, próximo e depois da hora de sua realização, bem como a leitura de jornais ou obras sem caráter edificante, para que se mantenha um ambiente vibratório de paz e tranqüilidade dentro do Lar, bem como saídas à rua, senão para inevitáveis e inadiáveis compromissos.



Presença de criança no Culto

As crianças devem, também, participar do Culto do Evangelho no Lar. Nesses casos, os adultos descerão os comentários ao nível de entendimento delas.

Recomenda-se a leitura, como subsídio, dos capítulos 35 e 36 da obra "Os Mensageiros", do Espírito André Luiz, e "Evangelho em Casa", do Espírito Meimei, psicografadas pelo médium Francisco Cândido Xavier e editadas pela Federação Espírita Brasileira.


Fonte: Setor de Ajuda do CVDEE
(Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo).


terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O Espiritismo é a Luz

“O Espiritismo se nos apresenta como o roteiro de segurança para o equilíbrio do espírito do homem. Desfazendo as ilusões da matéria e vencendo as sombras transitórias que vedam as visões do Mundo Espiritual, apresenta-nos as causas reais de cujos efeitos e somente neles, até agora, se há detido o pensamento da pesquisa tecnológica; suas asseverações rigorosamente filosóficas conseguiram avançar além da própria Filosofia no seu conjunto classicista, porque, em saindo da interrogação pura e simples, da indagação meramente vazia e das conjunturas das hipóteses, traz das realidades metafísicas as soluções morais e vitais para o enigma-homem, que se deixa de quedar perturbado pelas incógnitas diversas, para palmilhar a senda dos fatos, de cujo contexto extrai a realidade ontológica legítima que o capacita a avançar intimorato, embora as circunstâncias, condições e climas morais, sob cuja constrição evolui na direção do infinito. Sim, porque não são os homens que realizam espontaneamente incursões no além-túmulo, mas, e principalmente, os vitoriosos da sepultura vencida que retornam, cantando a ressurreição da vida após a lama e a cinza do corpo, a repetirem incessantemente a lição imorredoura do Cristo, na manhã gloriosa do domingo, logo após a sua morte, como Astro fulgurante, atestando desse modo a indestrutibilidade do espírito e, conseqüentemente, as sucessivas transformações da vida para atingir a sublimação. Religião do amor e da esperança, pábulo eucarístico pelo qual o homem pode comungar com a imortalidade, é o lenitivo para a saudade do desconforto ante a ausência dos seres amados que o túmulo arrebatou, mas não lhes conseguiu silenciar a voz; esperança dos padecentes que sofrem as ácidas angústias de hoje, compreendendo serem elas o resultado da própria insânia do passado, porém, com os olhos fitos na esplendorosa visão do amanhã, que lhes está nas mãos apressar e construir; praia de paz, na qual repousam em dinâmica feliz os nautas aflitos e cansados do trânsito difícil no mar das lutas carnais; santuário de refazimento através da prece edificante; escola de almas, que aprendem no estudo das suas informações preciosas e das suas lições insuperáveis a técnica de viver para fruírem a benção de morrer nobremente; hospital de refazimento para os trânsfugas do dever, que nele encontram o bálsamo para a chaga física, mental, moral; todavia, recebem a diretriz para amar e perdoar, a fim de serem perdoados e amados pelos que feriram e infelicitaram; ‘colo de mãe’ generosa é o amparo da orfandade, preparando-a para o porvir luminoso, já que ninguém é órfão do amor do Nosso Pai; abrigo da velhice, portal que logo abrirá de par-em-par a aduana da Imortalidade; oficina de reeducação onde a miséria desta ou daquela natureza encontra a experiência do trabalho modelador de caracteres a serviço das fortunas do amor; traço de união entre a criatura e o Criador, religando-os e reaproximando-os, até que a plenitude da paz possa cantar em cada criatura, à semelhança do que o Apóstolo das gentes afirmava: ‘Já não sou eu quem vivo, mas é o Cristo que vivem em mim’. (Gálatas, 2: 20).

As altas responsabilidades conseqüentes do conhecimento do Espiritismo, forjam homens verazes, cristãos legítimos. Neles não há campo para a coexistência pacífica do erro com a retidão, da mentira com a verdade, da dissimulação com a honestidade, da lealdade com a hipocrisia, da maledicência com a piedade fraternal, da ira com o amor... Compreendendo que ser espírita é traçar na própria conduta o comportamento do Cristo, a exemplo de todos aqueles que O seguiram, e consoante preceitua o eminente apóstolo Allan Kardec, o aprendiz da lição espírita é alguém em combate permanente pela própria transformação moral, elevação espiritual e renovação mental, com vistas à perfeição que a todos nos acena e espera.”

Autor: Manoel Philomeno de Miranda (espírito)
Livro: Nos Bastidores da Obsessão
Psicografia: Divaldo Franco.

Fonte: www.oespiritismo.com.br